quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Omega Vibração: Mulher, Reggae e Movimento RastafarI

No dia 2 de novembro de 1930, uma mulher africana, Woyzero Menen, ascendeu ao trono da África livre, sendo condecorada e reconhecida por 72 nações como Imperatriz por direito, Rainha das Rainhas de Etiópia. Ao seu lado estava o Rei dos reis, Haile Selassie.

Esse é um marco inicial para RastafarI enquanto um movimento, quando, lado a lado, de uma só vez, Rei Alpha e Rainha Omega mostram-se para o mundo, tornando amplamente visíveis Seus ensinamentos para filhos e filhas.

Da mesma forma, todos aqueles que seguem Seus exemplos, buscam reproduzir em suas vidas o equilíbrio Alpha e Omega Ω (masculino-feminino) em uma vida harmônica entre homens, mulheres, crianças, plantas, animais, terra, espíritos. Eu&Eu em igualdade e unidade.

As mulheres são muito importantes para a realização da vivência Rasta. De forma equivocada, por muitos anos, se passou uma idéia de que o movimento Rasta é composto por grupos somente de homens, sem esposas, sem filhos. Porém uma comunidade Rasta só pode ser constituída com a formação de famílias, com a educação das crianças para a constituição do Novo Tempo. “O próprio JAH dá a declaração; As mulheres que anunciam boas novas são um grande exército. Até mesmo os reis de exércitos fogem, eles fogem. Quanto àquelas que permanecem em casa, ela participa no despojo.” (Salmos de Davi: 68:11-12)

Nas últimas décadas, a música reggae tem sido um dos principais instrumentos de divulgação dos valores Rastafaris pelo mundo. Muitas foram, e são as mulheres que se utilizam desse meio como forma de expressar seus sentimentos e opiniões.

Logo no surgimento desse estilo de música, quando os músicos se reuniam em estúdios, como Studio One, muitas mulheres já estavam presentes. Nos anos de 1960, o reggae estava tomando forma em termos musicais e espirituais, e a Vibração Omega mostrava sua força. Muitos grupos vocais femininos, como The Gaylettes e The Soulettes, formaram-se nesse período. Marcia Griffiths e Judy Mowatt, já eram reconhecidas como algumas das principais cantoras do gênero na Jamaica anos antes de se juntarem com Rita Marley para compor as I-Threes, grupo que depois acompanharia Bob Marley & The Wailers por vários anos.

Importante foi também a presença das mulheres para divulgar e fortalecer o ritmo em ascensão. Em sua autobiografia, No Woman No Cry: My Life with Bob Marley, Rita Marley conta como divulgou o reggae vendendo vinis em sua bicicleta, e em uma loja de discos improvisada na janela de seu quarto.

Porém, o papel e a presença da mulher são em grande parte invisibilizados, tanto na música reggae como no movimento Rastafari. Isso acontece por, muitas vezes, a exemplo de Imperatriz Menen, as mulheres realizarem suas funções, não menos importantes, nos bastidores, longe dos holofotes. Além disso, não é do interesse da babilônia permitir que se torne público mulheres livres, fortes e independentes, pois acorrentando as mulheres, se acorrenta seus homens e seus filhos. Porém quando uma mulher se liberta, ela inspira a todos que estão ao se redor. “Vós mulheres, sejam fiéis a sues maridos, a fim de que, se alguns não forem obedientes à palavra, sejam ganhos sem palavra, por intermédio da conduta de suas esposas, por terem sido testemunhas de sua conduta casta, junto com profundo respeito” (1Pedro:3:1-2)

Mesmo quando não vemos, não podemos nunca esquecer que sempre há uma forte mulher envolvida em todos os grandes projetos, pois não pode ser diferente. O homem precisa da mulher e a mulher precisa do homem. Pois são partes complementares de uma mesma Unidade. “Em conexão com JAH, nem é a mulher sem o homem, nem o homem sem a mulher. Pois assim como a mulher procede do homem, assim também o homem nasce por intermédio da mulher. Mas todas as coisas procedem de JAH.” (1Coríntios:11:11,12)

Para os apreciadores de Reggae Music, Eu&Eu sugere que ouçam mais reggae feminino para sentirem não só a vibração Alpha das bandas masculinas, mas também a Vibração Omega dos vocais femininos, pois precisamos de ambas as forças para o equilíbrio necessário da vida. E para aqueles que, além disso, buscam saber mais sobre a vivência Rasta, vai a mesma sugestão, para ouvirem e sentirem a versão e compreensão Omega de JAH e da Vida. Poderão se surpreender com o Fya que emana das vozes e da batida dos corações das Sistas.

Luísa Benjamim
luisabenjamim@gmail.com
(junho de 2008)

terça-feira, 19 de maio de 2009

MULHER EM FOCO

ASSOCIAÇÃO CULTURAL NOVA FLOR
SALVADOR – BAHIA – BRASIL

MULHER EM FOCO


7 de Março de 2009


Bendito Amor Africanos e Africanas, filhos benditos do Mais Alto, Rei de Israel.


É com grande contentamento e alegria que trazemos o Relatório do Mulher em Foco 2009, 3º edição.
O evento, que acontece anualmente há três anos, teve início às 16h00min com abertura feita pela Sistah Dina Lopes.



Sistah Dina fez uma saudação, em nome de Sua Majestade Imperial JAH RASTAFARI.

A poetisa Ana Cristina recitou para o público uma poesia em homenagem às mulheres e em seguida houve a composição da mesa.

Foram convidadas para compor a mesa Sistah Daniele Mirlan, da Associação Cultural Nova Flor, que discorreu sobre A Mulher Original; Mônica Kalile, primeira superintendente de Políticas Públicas para Mulheres em Salvador e presidenta do Bloco A Mulherada que trouxe à baila a questão da Mulher Negra no Espaço de Poder e Stael Machado, professora e psicanalista que transcorreu sobre as Relações de Gênero na Sociedade Brasileira. Uma outra convidada, Nadja Santos, Militante do Movimento de Mulheres Negras, não compareceu.

A mediadora explanou a metodologia, tendo ficado estabelecido que as seminaristas teriam um tempo para discorrer suas falas e as colocações da plenária seriam feitas posteriormente.
Trabalhos iniciais feitos foi dada a palavra à primeira convidada, Sistah Daniele Mirlan.

Sistah Daniele saúda a todos com a paz e a graça de JAH RASTAFARI.
Primeiramente a convidada ressalta Março como um mês importante no calendário Rastafari, onde o aspecto feminino “rise up”, se levanta pelo seu real direito como princesas e rainhas africanas. Desmistificando falsas verdades que muitas vezes são difundidas, erroneamente.
A irmã fala sobre a busca pela essência da Mulher Original Rastafari, que segundo ela se dá a partir do momento em que nos reconhecemos como legítimos africanos e africanas, em busca da nossa ancestralidade. Algo que dificilmente acontece nos guetos e favelas, onde está a maioria dos pretos, pois nosso povo ainda não alcança esta linha de consciência, devido ao processo escravagista que não permite que isso aconteça e que praticamente os obriga a negar suas raízes.
Ela cita ainda, o fato do sistema não ter interesse na real educação, para que aqueles que não tiveram acesso à sua verdadeira história continuem consumindo e afirmando padrões europeus.
Marcus Garvey é citado como referência, já que ele nos trouxe o ideal de repatriação. Citou ainda Eva por ter sido ela a primeira mulher, pela qual todos nós descendemos e primeiro ser a pecar. Sendo este fato uma lição para as gerações futuras e não o sentimento de culpa para a mulher.
Explica ainda que o Kebra Nagast, A Glória dos Reis, livro extremamente importante para o Movimento Rastafari, relata a história do encontro do Rei Salomão com a Rainha Makeda de Sabbah e a fundação da Dinastia Salomônica, com o nascimento de Menelik I, prolongando-se em 225 gerações até Tafari Makkonen, em 1974.




Sistah Dani discorrendo sobre a Mulher Preta Original e sua ancestralidade



Discorre sobre a Coroação de Haile Selassie I, frisando um acontecimento bastante importante, que não deve ser esquecido. Uma quebra na tradição etíope, pois naquela época todos os imperadores eram coroados sem suas consortes, sendo elas coroadas Imperatrizes apenas dias depois. Com isso, Imperatriz Menen I, exemplo para InI, foi coroada e recebeu homenagem das 72 nações, assim como seu Honorável Esposo.
Memorando a vida da Honorável Imperatriz Itegue Menen, explica como ela foi uma mulher extremamente ativa, envolvida em diversas questões sociais pertinentes à educação das meninas da época, aos idosos, aos pobres e aos afetados por conflitos armados da região.
Inclusive, se referiu ao discurso que ela fez na época da invasão de Mussolini à Etiópia, conclamando todas as mulheres, das tropas amigas e das inimigas, a se perguntarem se queriam seus maridos mortos, a fim de rejeitar aquela guerra.
Sistah Daniele reiterou a necessidade da assunção de uma identidade africana na busca da mulher original o que implica, entre outras coisas, na desconstrução da estética padrão, que vem desviando as mulheres da sua naturalidade.
Fala ainda dos costumes originais de África que foram brutalmente retirados da rotina da mulher. Enquanto elas poderiam saber/aprender sobre o poder das ervas, hoje se dirigem às farmácias, ou seja, drogarias, para obter remédios.
Assim como foi introduzido no dia a dia feminino uma “correria”, seguida de conturbação, que faz com que mães saiam para trabalhar e deixem suas crianças em casa, muitas vezes sendo educadas e programadas pela televisão. Sem tempo para elas mesmas.
Sistah Daniele pede atenção e critica a corrente feminista que chegou nos últimos tempos, levando às mulheres uma idéia de independência absurda com relação aos homens. O que vem segregando muitas delas, pois nem todas se sentem representadas por esta “ideologia”.
Aproveita para dar ênfase ao fato da criação de Eva ter procedido da costela de Adão, não como forma de inferiorização. Abrindo uma reflexão, anti-sexista/machista para aqueles que defendem a idéia de que a mulher deve ser omissa e submissa.
Tal comportamento é mantido por alguns, mas deve ser quebrado por aqueles que buscam o amor por completo, pois Rastafari é unidade, Alpha & Omega, equilíbrio perfeito sobre a terra!
A irmã também fala sobre o tal “ismo”, encontrado em algumas correntes ideológicas como machismo, comunismo, solicialismo, etc. Afirma que nenhum é capaz de nos libertar das correntes deste sistema babilônico. Só JAHOVIA JAH Deus de Isarel!
Já finalizando, se despede falando sobre a proteção, o amor e respeito destinado à mulher por seus reais companheiros Rastas, que deve ser repetido por todos os homens.
Desejando a todos e todas que continuem na paz e na graça para todo o sempre. Selá!


Com isso, a mediadora fez os préstimos à Sistah Daniele e passou a palavra para a segunda convidada, Mônica Kalile.

A seminarista fez um breve agradecimento À Dina Lopes e à Associação Nova Flor por tê-la convidada para o evento e iniciou sua fala abordando as políticas públicas para as mulheres defendendo que as mulheres não devem ser apenas o alvo dessas políticas, elas devem ser também as construtoras dessas políticas. Citou o dia 25 de julho enquanto data importante do calendário de militância por ter sido consagrado o Dia da Mulher Negra Latino-americana. Recomendou à plenária o livro Mulher no Vento e Mulher no Tempo que conta a história de mulheres negras invisibilizadas e chamou atenção para essas mulheres que fazem do dia-a-dia batalhas infindáveis e não têm nenhum reconhecimento. Lembrando que a luta das mulheres negras não começou hoje, nem em tempos recentes e sim teve seu ponta pé com Makeda, com Luiza Mahim, entre outras que escreveram uma história de luta que ninguém ler nem ensina nas escolas.
Dando seguimento, falou da dificuldade de uma mulher negra se assumir negra por todas as opressões cotidianas que ela sofre, afirmando que ser negra é uma identidade que não se restringe aos aspectos físicos e estereotipados.


Mônica Kalile / Mulher Negra no espaço de poder



Trouxe dados acerca da quantidade de mulheres que ocupam os principais espaços de poder no país, desde a câmara de vereadores de Salvador até o Congresso Nacional e ainda enfatizou que essas poucas mulheres que ocupam os espaços de poder quando não são invisibilizadas, são maculadas por manobras politiqueiras e racistas, trazendo os exemplos de Benedita da Silva e Matilde Ribeiro. Mas também trouxe à plenária o seguinte questionamento: que mulheres queremos no poder? Será que é toda e qualquer mulher que nos representa?
Com isso, concluiu que a invisibilidade da mulher negra se perpetuará até que haja a desconstrução de um padrão racial “adequado” e sugere que deve ser feita a formação e valorização das lideranças comunitárias para tomar os espaços de poder. Tendo isso em vista finalizou sua fala, trazendo uma informação sobre o Decreto que instituiu o Fundo Municipal para Inclusão e Educação de Mulheres Negras, único instituto desse gênero na América Latina e foi incisiva ao dizer que ele é de toda e qualquer mulher negra da cidade de Salvador e que é necessário que nos apropriemos dele para fazer as coisas mudarem, pois, segundo ela, o decreto foi editado, mas o fundo não foi implementado porque o povo, a quem é de direito, não se apropriou.


A mediadora agradeceu a colaboração da convidada e passou a palavra para a palestrante seguinte, Stael Machado que explanou sobre o tema: Relações de Gênero na Sociedade Brasileira.



A convidada começou a falar do que vem a ser uma RELAÇÃO, explicando que o termo é sinônimo de contato, ou seja, que é preciso que haja um conhecimento mútuo para que se estabeleça uma relação. Então ela afirma que o conflito racial existe porque os negros e negras não estão acostumados a se ver um no outro justamente por não haver esse contato, esse conhecimento. Afirmou incisivamente a necessidade da desconstrução tanto do “príncipe encantado” quanto da “princesa” para que um se veja no outro e não fique esperando sempre a perfeição estereotipada.
Stael se reportou à ciranda infantil para fazer alusão à visão das relações conflituosas entre homens e mulheres que vão chegar às delegacias: “o cravo brigou com a rosa, debaixo de uma sacada, o cravo saiu ferido e a rosa despedaçada...”. A palestrante fez uma referência ao auto-conhecimento como meio para se alcançar o auto-entendimento e o entendimento do outro. Com isso, a mulher passa de necessitada a necessária.


Stael Machado e as relações de gênero


A convidada ainda comentou a vitimização que ocorreu do homem na história de Adão e Eva já que a mulher se tornou a primeira pecadora e ainda mais crucificada por ter induzido seu companheiro a provar do fruto proibido. Ela enfatizou a necessidade de refletir sobre que homens e mulheres queremos para renovar a sociedade e se reportou à determinação dos papéis que são separados sexualmente desde o ventre (o enxoval rosa para a menina e azul para o menino; as escolhas pré-estabelecidas de profissões e funções genéricas no âmbito social, desde o menino ir ao estádio com o pai e a menina aprender cozinhar com a mãe).
Com isso, ela enfatiza a necessidade de reciprocidade nas relações e do companheirismo no sentido da efetiva participação do universo um do outro. Para tanto, ela ressalta, que é necessário repensar a educação a ser dada aos novos homens e às novas mulheres já que atualmente um é educado pra ser e o outro pra servir e a mudança desse enfoque na educação deve ser feito tanto pela escola quanto pela família.
Voltando a tratar da Bíblia, ela afirma a necessidade de discernir a espiritualidade da história já que a Bíblia é um livro de sabedoria que precisa ser devidamente interpretada. A palestrante ainda afirma que a convivência entre grupos é difícil e que, quando se trata das relações de gênero, trata-se de um conjunto de atributos positivos e negativos e que gênero por diversas vezes é confundido com o fator biológico, quando na verdade se distancia por que o fator biológico é apenas um dos tipos de relações de gênero, pois esta envolve qualquer tipo de relação.
E faz um alerta sobre o conceito que a lei traz dizendo que todos são iguais, quando na verdade, no dia a dia, na política, em casa, na rua, no colégio, nas delegacias, é que percebemos que essa igualdade é falaciosa e é dessa percepção que nascem os movimentos negro, de mulheres, GLBTT entre outras minorias sociais.
Dentro dessas lutas, nós mulheres estamos tomando os espaços que são tradicionalmente masculinos (“as coisas de homem”), mas os homens resistem em fazer o caminho oposto nunca abdicando de seus postos de varões, mas ainda assim, nós não precisamos atacar os homens e, muito menos, nos tornarmos um deles. A convidada encerra recitando uma poesia de Consuelo Lins.


Tendo sido encerrada a fala da última palestrante, a mediadora pediu desculpas pela ausência de Nadja Santos que também daria sua contribuição e abriu-se o debate para a plenária.

Primeiramente, agradecemos a JAH RASTAFARI por mais esta realização, a todos os presentes e um grande salve aos irmãos ausentes pela vibração incomensurável.


Glórias ao Rei dos Reis, JAH Deus da Criação!
Orientação e Proteção.
Paz!


Coordenação de gênero da Associação Cultural Nova Flor





Algumas fotos do evento:



A mesa formada



Ras Sidney falando sabiamente sobre o Livro da Vida



A presença do Irmão Renato



Irmão Leandro saudando HIM




Ras Tony e Ras Gabriel, Máximo Respeito.


A Platéia






Encerramento


domingo, 22 de março de 2009

POSTURA RASTAMEN!!

Dezembro, 2008


Saudações em Nome do Mais Alto JAH RASTAFARI que Vive e Reina por toda a eternidade do Alto do Monte Sião

No dia 12 de dezembro de 1960 O Rei dos reis, Haile Selassie I, desembarca com sua comitiva no Brasil.

Hoje, depois de quase 50 anos deste que Ras Tafari I esteve em visita diplomática por aqui, propomos uma reflexão sobre como seus ensinamentos são hoje tratados no Brasil.

Por todo o Brasil, de ponta a ponta, há homens que utilizam o nome de Sua Majestade Imperial (SMI) para os mais diversos fins e propósitos, não raro esses homens mancham o Seu Sagrado Nome sem nenhuma responsabilidade sobre as conseqüências dos seus atos.

Encontramos o Nome de SMI em sites comerciais, em nome de festas profanas, em letras de músicas bobas que passam por ‘reggae’, em camisetas e até cangas de praia, e aí vai. Nos shows de reggae o público profana com a boca o Seu Santo Nome com uma garrafa de cerveja em uma mão, um cigarro em outra e os olhos em alguma parte do corpo de alguma mulher mais próxima, sem nem mesmo saber o que significa a expressão “JAH RASTAFARI”.

É um profundo desrespeito que nós Rastas temos que conviver diariamente em função da desinformação e desinteresse do público do reggae com relação a Rastafari, como se fosse só mais um assunto de suas letras de músicas, que podia ser outro, como mulher, mar, sol.

Mas o que realmente causa preocupação não são essas pessoas que estão perdidas em meio às tentações e profanações da babilônia que vêem o Rasta como apenas mais um nome atrativo e lucrativo. O que é mais preocupante é a postura dos próprios Homens Rastas, daqueles que não só falam em Nome de SMI, mas se apropriam de Seu Nome como sua própria auto-identificação.

Antes de mais nada, queremos dizer aos homens que resolvem passar a se chamar de Rastafaris que tenham responsabilidade com o Nome que carregam. No momento que assumem esse Nome devem deixar para traz os comportamentos mundanos, os hábitos babiloucos, os apegos carnais, os vícios, etc. POSTURA RASTAMEN!

Para alguns homens, ser Rastafari é sinônimo de: cabelos dreads looks, o que não é a mesma coisa que ser um Homem Rasta, pois os dreads são apenas um dos componentes da fé, do movimento Rastafari, ter dreads não significa ter se tornado um Homem Rastafari.

O Homem Rastafari é um homem muito especial, tem uma percepção muito aguçada, enxerga além do que maioria vê, ele tem a beleza natural dada a ele por sua Mãe Omega e a inteligência e sabedoria de seu Pai Celestial. É muito talentoso, habilidoso, estudioso, forte, guerreiro, audacioso, e livre. Isso causa muita atração tanto de homens que querem andar com “o Rasta” como de mulheres que se sentem atraídas, na luxúria, pelo exótico rastaman.

Acontece, que muitos quando se deparam nessas situações acabam se deixando cair em tentação, se desviando do caminho reto e pecando na carne.

Não é raro os homens que enganam suas esposas, ou que mesmo levam uma vida promíscua.

Além disso, muitos ainda mantêm uma postura machista em seus relacionamentos tratando suas esposas com opressão e subjugando-as.

Em grande parte se reproduz os valores da sociedade branca racista e machista que diz que a mulher deve cuidar de afazeres domésticos e do cuidado das crianças deixando que os homens cuidem do resto.

No geral os homens são visto como o sexo “forte e dominante” (imposição da babilônia), o que leva geralmente, dentro desta sociedade imposta, os homens a desempenharem papeis como: machão, autoritário, mulherengo, precisam ter várias mulheres para serem vistos como verdadeiros homens.

Os homens são seres influenciados pelo meio em que vivem. O sistema capitalista com sua ideologia dominante que dita como os homens devem ser, o que eles devem defender, quais são seus valores e quais relacionamentos eles devem estabelecer com outros grupos.

Influenciados pelo sistema que a todo o instante dita comportamentos para os homens, comportamentos estes que têm sua base fundamentada nas relações de gênero.


“Gênero é um empreendimento realizado pela sociedade (capitalista) para transformar o ser macho ou fêmea em homem ou mulher” (Lima Junior, 2001.p.1). “Nesse sentido, gênero é uma construção social. Já que para transformar um bebê em homem é preciso investimento social”.


Esses investimentos com certeza são bem diferentes dos propósitos que Rastafari tem para as vidas dos homens e das mulheres.

Ter uma postura de um homem Rasta é adentrar em um mundo de paz interna, paz com seu próximo e principalmente com a natureza. Pois quando Rastafari criou a terra ele deu para o homem (Rasta) a incumbência de dar nomes aos animais, as plantas e a todo o ser vivente da terra.


“Havendo, pois, Rastafari ter formado da terra, todo o animal do campo, e toda a ave do céu, os trouxeram a Adão, para este ver como lhes chamaria, e tudo o que Adão chamou, a toda a alma vivente, isso foi o seu nome.” (Gênesis 2:19)


Fazendo hermenêutica de Gênesis 2:19 percebemos que o homem possuía uma certa harmonia com a natureza (harmonia esta que foi perdida depois da desobediência do homem).

Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, descendente direto da dinastia Salomonica, tinha essa harmonia, pois segundo alguns estudiosos(as) da fé Rastafari, Sua Majestade Imperial Haile Selassie I, Rastafari tinha o hábito de falar com os animais (um exemplo de harmonia com a natureza).

Distantes da vivência natural, influenciados pelo contexto sócio-cultural em que se inserem, alguns homens que se dizem Rastafari têm posturas totalmente equivocadas principalmente com relação às suas companheiras (Rainhas), eles conseguem reproduzir toda a estrutura machista opressora imposta pelo sistema capitalista, o sistema babilônico, muitas vezes impedindo que elas acessem o estudo e a vivência Rasta e não participem de reuniões, celebrações e outros espaços.

A Mulher têm suas funções sim, e é muito importante que ela esteja presente na educação de seus filhos, no cuidado de seu lar, e da alimentação de sua família, mas de forma alguma isso é função somente dela, ou isso a impede de estar em outros espaços. E não podemos agir como na babilônia, onde os homens ‘ajudam’ suas esposas no trabalho doméstico e no cuidado da criança, pois essa noção de ‘ajudar’ somente reforça uma separação de funções baseada em uma educação ocidental, que não se baseia em uma ancestralidade africana. Para os ‘Rastas’ que assim tratam suas esposas, com traição, reclusão e calando suas vozes e ações, perguntamos onde vivenciam a Supremacia Preta em seus relacionamentos, pois, ao que nós parece, isso é apenas uma reprodução dos hábitos dos homens brancos.

Além disso, muitos desses homens, quando se deparam com Mulheres com poder sobre seus atos, autodeterminação, autoconhecimento, e entendimento do Exemplo de SMI Imperatriz Menen, não agüentam o Fogo das Leoas, tentam calá-las utilizando-se de estereótipos machistas, e tratam logo de afastar suas esposas mais ‘mansas’ pra não serem influenciadas.

Isso não é um problema entre Rastas somente no Brasil, veja o depoimento de um Irmão Rastafari das Ilhas Virgens:


“Freqüentemente é dito às filhas Rastafaris que a mulher não deve ser vista e nem ouvida, que o trabalho de mulher seria ter bebês e que ela deveria ficar omissa nas congregações. Como pode um homem clamar o amor de Haile Selassie I, e ainda negar à sua mulher, irmã, mãe, filha, princesa, ou rainha de glorificar Haile Selassie I, com palavra-som e Ises com sua própria boca? É hipócrita! Irmãos, Eu insisto aos Eu’s para assumir o controle da I irits com verdades e direitos. Eu&Eu deve eliminar a escravidão dos Eu&Eu lares onde a mulher é considerada uma propriedade do homem. Chega de usar e abusar física e mentalmente das irmãs. Em vez disso, Eu&Eu deveria encorajá-las a completarem-se no ensinamento de Haile Selassie I, a adquirirem conhecimentos e habilidades que seriam valiosos para ela e sua família, i.e., escola ou uma profissão. Irmãs não são encorajadas a congregar e refletir, entre si, para estudos bíblicos e concretização do seu caminho. Quando irmãs tornam-se sábias, conscientes, com entendimento, se opõem ao tratamento negativo que eles as dão, utilizando os ensinamentos de Haile Selassie I como a sua força. Alguns irmãos também temem que, quando suas irmãs se reunirem com outras mulheres Rastafaris, o comportamento imoral e injusto deles será exposto. Irmãos, se você fizer o bem só o bem será falado de Eu. Lembrem-se, nunca é demasiado cedo ou tarde para um banho de chuva. Nunca é demasiado tarde para mudar.” (trecho de “Um Lugar para Mulher Rastafari” - por Ras Abede – extraído de “EU&EU Realidade Rasta - Especial Mulher RastafarI”)


Mas a grande especificidade que nos causa preocupação aqui no Brasil, é que essa postura vã desses supostos Rastas acaba afastando muitas mulheres da vivência, achando que a postura desses homens tem algo a ver com a real postura do Homem Rasta, ou que a posição imposta por eles para às mulheres tem algo a ver com a real posição da Mulher Rastafari, das Rainhas Pretas na vivência Eu&Eu.

É por isso que temos tão poucas famílias e comunidades Rastas no Brasil, mesmo depois de aproximadamente 30 anos de Movimento Rasta no país e meio século da visita de SMI Haile Selassie.

Sua Majestade Imperial I deu vários exemplos de como deve ser restaurada a harmonia que os homens perderam em relação às mulheres. Um dos exemplos foi quando Sua Majestade Imperial Haile Selassie I foi coroado Imperador da Etiópia em 1930, juntamente com ele a Imperatriz Menen também foi coroada, quebrando toda uma estrutura estabelecida pela babilônia, em relação a nós mulheres.

Segundo os critérios da Babilônia quando um homem se torna presidente de um País, governador de um Estado ou prefeito de um Município, a sua companheira (esposa) se torna ‘primeira dama’. Para Rastafari nós mulheres somos mais que primeiras damas.

Nossa crítica se torna relevante quando percebemos dentro do movimento Rastafari no Brasil a falta de diálogo e companheirismo no meio dos casais, pois partindo principalmente dos homens, sendo eles atingidos pelos os propósitos da babilônia em relação às suas companheiras; quando impõem comportamentos, ditam regras dizendo como a mulher tem que se comportar, se colocando em alguns casos como donos (como se essas mulheres fossem propriedades deles).

Como se nós mulheres não fossemos portadoras de uma sabedoria que vem do alto (Selah), como se nós mulheres fossemos incapazes de tomar certas decisões, como se nós mulheres fossemos seres descartáveis, sempre tendo outra para ser colocada no lugar caso não correspondam a suas expectativas. Expectativas essas que ás vezes não são bem definidas nas cabeças deles.

Gostaríamos de dizer a esses homens que atentem-se para suas atitudes, e lembrem-se que JAH tudo vê, e que sempre há tempo de se arrepender e começar a tratar suas esposas e Irmãs de forma mais digna e respeitosa.

Para as mulheres que estão na busca de RastafarI, ou mesmo para aquelas que encontram barreiras em se aproximar em função de tudo já referido, que a verdadeira posição da Mulher em Rastafari é como Rainha Mãe da Criação, que dá vida, rege e harmoniza todas as coisas, ela dá a sustentabilidade, a instrução e o exemplo da retitude, ela ampara e traz luz para seus Irmãos, filhos e esposo, ela tem um papel fundamental na vivência. A Mulher Rasta não é limitada ou oprimida, ao contrário, ela é a única possibilidade real de libertação, pois está conectada diretamente com sua essência Omega na Mãe Terrena, ela sabe quem é, de onde veio e para onde vai. Valoriza sua beleza natural independente de indústrias de moda cosméticos, consumismo e alteração do corpo. Ela não depende de nenhuma droga para viver, só se alimenta da vida, é uma Mulher Sagrada e purificada, renascida no Amor Incondicional do Cristo Vivo.

Por isso Irmãos e Irmãs, não se deixem confundir com as ilusões que a babilônia traz todos os dias a respeito de RastafarI. Quando quiserem realmente saber o que é um Homem e uma Mulher no real exemplo, olhem para o Exemplo absoluto, o Casal Imperial, Rei Alpha Rainha Omega, Haile Selassie I e Imperatriz Menen, que no perfeito equilíbrio reinam para todo sempre nos corações de EU&EU, e nas vidas daqueles que seguem o Seu exemplo em todos os aspectos, plenamente.

Não queremos aqui estar isentando alguns erros que nós mulheres possamos cometer. Mas precisamos abrir um diálogo mais profundo no meio do movimento Rastafari para discutirmos essas questões, sem problemas, com nossos corações abertos para mudanças, se assim for necessário, pois quando não discutimos alguns assuntos que são pertinentes, eles se tornam naturais no meio de nós, é o caso da questão das mulheres, que já se tornou natural alguns comportamentos em relação a nós dentro do movimento Rastafari.

Selah!

Haile Selassie é o caminho. Imperatriz Menen, o exemplo.

Contatos:
Sista Dina Lopes - dinarasta@hotmail.com
Sista Luísa Benjamim – luisabenjamim@gmail.com



“Sua relação com Imperatriz Manen é algo que mostra seu simples e inabalável caráter. Ele casou com ela vinte anos antes de iniciar sua batalha pelo trono e nunca teve razão para arrepender-se de suas escolhas. Ela foi uma leal companheira de incontáveis maneiras, de que o mundo exterior pouco conhece, e isso é talvez mais para seu mérito de que, onde ela não pode ajudar, ela não tem dificultado...

O Imperador mostra por ela grande respeito, e, através de Seu tratamento atencioso por Sua esposa e alto padrão moral, tem dado um exemplo para Seu povo. Mesmo aqueles que gostam muito pouco de SMI não podem ter motivos para críticas em Sua vida conjugal. Em meio a tantos assuntos urgentes, Haile Selassie sempre daria prioridade a uma carta de Sua esposa e Ele se ocuparia com seus pedidos com generosidade e atenção meticulosa aos detalhes...

Era claro que o afeto entre o Imperador e Sua esposa tinha permanecido sem reduções.”

(trecho de “A Relação do Imperador Haile Selassie com A Imperatriz Menen - Por Princesa Asfa Yilma (em 1931), extraído de “EU&EU Realidade Rasta Especial Mulher RastafarI”)



“Durante os dias memoráveis de nosso companheirismo nunca tivemos diferenças que precisassem da intervenção de outros. Como Sarah foi para Abraham, assim foi ela para mim. Nossos desejos foram mútuos até que o Todo Poderoso nos separou. Sua ajuda pelo bem-estar do jovem, do ancião e do necessitado não requer testemunhos, pois foi maior que qualquer pensamento ou palavra. Nós fomos extremamente felizes por vivermos tempo suficiente na perfeita união, o que nos habilitou para vermos nossa descendência, nossos netos e nossos bisnetos. Nós estamos muito agradecidos ao Todo Poderoso por ter nos concedido essa longa e ininterrupta união, a qual não é muito comum nos dias de hoje. Hoje não poderia haver melhor oração para dizer.” (trecho do discurso de SMI Haile Selassie I na passagem de Imperatriz Menen)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ANTI-RACISMO

Preto no Branco:

Rastafari, Deus da Humanidade e de Toda a Criação


Associação Cultural Nova Flor

Projeto Omega Nyahbinghi


“Os motivos do homem e seus desejos egoístas de perseguir exclusivamente seus próprios e individuais interesses, falhando assim em sua tarefa divina de seguir o objetivo da unidade de todos, são testemunhas da fraqueza da natureza humana, e constitui o maior obstáculo para a unidade de todos os cristãos, a qual nós procuramos. Por quanto tempo nós, que somos discípulos do Senhor Jesus Cristo e que somos ensinados pela mesma Bíblia Sagrada, continuaremos divididos entre nós mesmos? (...) Nós, cristãos que vivemos pela fé de Cristo, a cabeça e o pilar nos quais a igreja foi fundada, não podemos escapar da responsabilidade de trabalharmos pela paz mundial, e de assegurar a igualdade para todos os homens criados por Deus. Não podemos falhar no nosso dever, sendo meras testemunhas do espetáculo da humanidade, privando as criaturas de Deus, por sua cor ou por sua pobreza, dos benefícios e bênçãos que são direitos de todos os homens, e que estão sofrendo em agonia, postos de lado da existência humana. (...) Que Deus nosso Criador, o ajudante e guia iluminado de todos nós, dê a você Sua sabedoria, que em você deve render frutos para Sua glória. Nós sinceramente desejamos a você todo o sucesso e oramos para que Deus o leve a unidade, pela qual todos os cristãos de todo o mundo esperam ansiosamente.”

SMI Imperador Haile Selassie



Saudações em Nome do Mais Alto JAH! Rei Alpha Rainha Omega, aos quais enviamos Graças e Louvores continuamente com Amor, temor e submissão!



“E criou Rastafari o Homem à sua Imagem, à imagem de Rastafari, o criou, homem e mulher, os criou.” (Gênesis: 1:27)


Podemos dizer com convicção que Rastafari não criou a raça branca e não criou a raça negra, ele criou uma só raça, a raça humana, para que pudessemos viver na verdadeira harmonia, na verdadeira unidade, na verdadeira união.


Com o advento do pecado, surge toda a divisão social que a humanidade pôde presenciar.


Sabemos que nossos antepassados sofreram de forma inimaginável e que nossos irmãos foram torturados além do que alguém com o coração puro pode imaginar. Mas, essa é a verdade. Hoje, nós, de pele preta ainda sofremos com a discriminação. Ainda existem aqueles que destratam o próximo devido à pigmentação da pele. Isso não provém de JAH!


Somos nós, pretos, que continuamos vivendo nos guetos e favelas. Sujeitos às balas perdidas e às doenças públicas. Sendo que entre os pretos, a mulher é aquela que sofre mais discriminação, exclusão e opressão, dentro desse sistema, sendo vítima cotidiana da violência física e psicológica em seus locais de trabalho, pelas ruas, ou mesmo dentro de seu próprio lar, e internamente, por ela mesma, em função da falta de auto-estima, como se o fato de ser mulher preta, a colocasse na mais baixa escala social da dignidade.


No século XIX as teses que defendiam o Poligenismo (poli significa muitos, e genismo significa origem), começam a ser formuladas com pretensão científica. O poligenismo tinha como defesa que a humanidade poderia ser dividida em várias raças distintas, as quais seriam tratadas de forma hierárquica, contrariando assim a palavra de RastafarI, em Gênesis 1:27. Vale ressaltar que essa teoria não tem provas científicas, assim como a teoria da evolução, caiu por terra, pois Rastafari é o Deus dos mistérios.

Surge a partir daí o racismo científico dando início às teorias científicas das raças e as teorias racistas da babilônia, que justificavam a escravização dos africanos e futuramente viriam a sustentar o racismo institucional de Estado, como no caso do Brasil, no incentivo à imigração européia, política explicitamente incentivada para 'clareamento' da população.


O racismo é o que permite crer que há pessoas que são mais humanas que outras. Esse sentimento faz com que possamos olhar pra uma pessoa e a consideramos como uma coisa menor, desqualificando-a, o que permite que possamos a explorar, agredir, excluí-la de diretos, pagar um salário ínfimo, dar sobra de alimentos, alimentos estragados, etc, tudo que pode ser dispensado a pessoas de segunda ou terceira categoria.


Podemos ver claramente que a discriminação e exploração vieram na bagagem européia. E a Real e verdadeira educação nos afasta disso. Quem renasce em RastafarI passa a fazer parte de um corpo restaurado pela misericórdia de Deus. Yeshua Emanuel I Selassie I Jah RastafarI. E todas as vendas colocadas em nossos olhos pelo sistema babilônico caem como a mentira.


“Acima de tudo, a Etiópia é dedicada ao princípio da igualdade para todos os homens, não importando as diferenças de raça, cor ou credo. Como nós não praticamos ou permitimos qualquer tipo de discriminação dentro de nossa nação, nós nos oporemos a ela aonde quer que for encontrada. Como nós garantimos a cada um o direito de venerar a quem quer que seja, nós denunciamos a política que coloca homem contra homem nos assuntos religiosos. Como nós estendemos a mão da irmandade universal para todos, sem nos importarmos com raça ou cor, nós condenamos qualquer ordem política ou social que distinga as crianças de Deus na maior parte de Seu território.”

(SMI Imperador Haile Selassie)


Para restaurar a aliança perdida com JAH, o equilíbrio e harmonia da criação, devemos praticar os mandamentos divinos. Da mesma forma que Moisés explicou ao povo de seu tempo como praticar os mandamentos enviados por JAH, Marcus Mosiah Garvey ensinou como praticarmos isso nesse tempo. O Honorável Profeta nos fala em justiça, direitos e REPATRIAÇÃO. No contexto de segregação e exclusão raciais em que vivemos, justiça e direitos estão ligados à restituição do que foi tirado. Direito à educação, saúde, habitação. Direito a ser tratado como pessoas dignas, soberanas e conhecedoras de sua própria história, para poderem realizar plenamente o ideal de repatriação.


Um dos pilares do movimento Rastafari é exatamente a prática da Justiça, e a Justiça só é praticada quando deixamos de lado toda a forma de opressão a qual a educação européia implantou na cabeça do nosso povo.


Repatriação é um retorno pleno às origens, às raízes, ou seja, ao seio de Mama África. E como será possível retornar à África se as práticas de racismo estão acontecendo dentro do movimento RastafarI? Isso já não deveria ter sido abominado?


Parece-nos estranho, já que quando renascemos em RastafarI todos os preconceitos (conceitos formados antecipadamente e sem fundamento) caem por terra naturalmente. Quando aceitamos RastafarI, podemos ver como mais clareza essas injustiças serem praticadas a todo instante, pois RastafarI nos tirar toda a trave dos nossos olhos para que possamos ver e sentir o quanto a sua mensagem e ensinamentos foram modificados.


Tais práticas não estão de acordo com os ensinamentos de Sua Majestade e vão contra a palavra de nosso Criador e Redentor JAHOVA.


"Ame a JAH acima de todas as coisas, e ame ao próximo como a ti mesmo"

(JAHOVA JAH RASTAFARI!)


A Real Repatriação anunciada e buscada é completada na rejeição de tudo que o sistema babilônico nos desensinou e deseducou. Quando continuamos julgando e selecionando pela cor da pele; quando continuamos dizendo que há seres (humanos ou não) superiores e inferiores, estamos agindo de acordo com o ‘mundo’, e não de acordo com JAH, com as raízes de Mãe África:


“Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Porque tudo o que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz a vontade de JAH permanece para sempre.” (1João: 2: 15-17)


A Real Educação no Amor de JAH, no Amor de Emanuel, Cristo Vivo é o Amor incondicional por toda a criação sem qualquer distinção.


RastafarI não é seu epitélio e nem suas guedelhas. RastafarI é a verdade, é a revelação... é JAH !


“Existe um Deus e nós acreditamos Nele. Não é uma pessoa, nem um ser físico. Ele é um espírito e Ele é a inteligência universal. (...) É a inteligência do homem que é como Deus, mas a sua inteligência é apenas uma partícula unitária da inteligência universal de Deus... Todas as inteligências unitárias do universo compõem Deus que é o conjunto de toda a inteligência, portanto, nenhum homem pode ser tão grande quanto Deus, pois ele é apenas uma unidade e Deus é o todo." (Marcus Mosiah Garvey)


No reino de JAH não entrará quem estiver com mente carnal.


Se continuarmos sendo tratados como ‘negros’ pelo sistema babilônico, o tempo todo seremos limitados e desrespeitados por critérios fenotípicos, excluídos do acesso aos recursos públicos e privados do que o sistema oferece. Mas EU&EU deve saber que assim como anunciou o Honorável Profeta Garvey, já recebemos a libertação e a redenção no Messias Preto, que retornou com um Novo Nome, como Rei dos Reis e Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judah, que veio e quebrou todas as correntes da discriminação e da opressão. EU&EU irmãos de pele preta não somos mais escravos, ou mesmo povo sofrido, sofredor, ou excluído, pois fomos coroados como Reis e Rainhas Africanos, governantes e autoridades sobre uma Nação Livre, digna de sua própria história e fé. O Leão e a Leoa foram coroados como nossos redentores, e são Eles nossos Rei e Rainha, general, pastor, chefe, cabeça, Deus em carne, vivo, caminhando no meio de nós.


A Supremacia Preta buscada e vivenciada não se trata de inversão de papeis raciais, de poder de uma raça sobre outra. Se trata de reconhecer a supremacia da Origem Africana sobre todos os povos habitantes sobre a terra, todas as espécies, seres viventes, como tendo origem no continente Africano. Que todas as ricas diferenças fenotípicas dentro da raça humana se originaram de Um Adão e Uma Eva Pretos. Se trata de reconhecer que o começo da civilização humana teve início no continente preto. Que as passagens bíblicas foram relatadas e vividas em solo africano, por pessoas de pele escura, Etíopes. Mas principalmente, se trata de uma inversão de valores morais que organizam a vida. Se trata de rejeitar tudo do ocidente branco e assumir a supremacia dos valores africanos pretos nas EU&EU vidas, de Amor, respeito, coletividade e unidade. Por isso branco e preto, nesse sentido, são símbolos, expressados em cores, de supremacia, que não se restringe à carne, mas a valores e forma de vida.


Dessa forma, quando persistimos em falar em brancos e pretos em carne, em uma separação racial, e agir de forma distintiva, estamos praticando a supremacia preta, ou reproduzindo valores ocidentais brancos? Ou quando falamos em igualdade, sem agir no foco do problema que atingem nossos irmãos de pele escura, agimos com Amor, respeito ou coletividade?


Aqueles que simplesmente falam em igualdade sem agir de forma prática a promovê-la, ou aqueles que se recusam a conviver com pessoas de outra cor de pele, ou pré-julgam por esse critério, estão desonrando a luta pelos direitos civis dos povos pretos, que desde que saíram de Mãe África lutam pelo dia em que todos pudessem ter acesso aos mesmos recursos e pudessem freqüentar os mesmos espaços e conviver sem distinção, podendo conviver e falar sobre quaisquer assuntos, pela promoção e construção de uma única luta e destino. Para muito além da ascensão do povo preto, a luta dos movimentos sociais afro-descendentes sempre foram pelo fim da discriminação por raça e cor:


"Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais... Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça racial para a pedra sólida da fraternidade. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus." (Martin Luther King JR)


"Vou me unir a qualquer um, de qualquer cor, desde que você queira mudar a miséria dessa Terra." (Malcom X)


Mas se a babilônia nos trata como ‘brancos’, nos deseduca, nos privilegia, nos faz crer que somos melhores, mais inteligentes ou dignos por sermos ‘brancos’, a solução não é dizer que o “preto”, ou pessoas de outra cor são iguais a nós. Que dignidade conferimos aos pretos ao dizer que eles são tão medíocres quanto os ‘brancos’? O como solucionamos o problema da segregação racial, da exclusão de direitos e a dívida histórica quando simplesmente dizemos que somos todos iguais, mesmo que a babilônia continue a nos tratar diariamente de forma diferente? EU&EU defende que aqueles que possuem sua pele clara, que receberam privilégios por isso na sua deseducação e no local que ocupam dentro do sistema, mas que realmente receberam a revelação do Messias Africano como Redentor de suas vidas, que se disponham e doem suas vida pela Real educação Africana, inserida em um contexto cosmológico, cultural e sóciopolítico Africano. E mais, apóiem qualquer reivindicação que vise à restituição de direitos àqueles que descendem de grupos escravizados, e que ainda hoje são tratados e selecionados por critérios de cor, traços e texturas de cabelos, assim como trabalhe pela sua ascensão econômica, educacional e valorização de auto-estima. Assim como ensinou o Honorável Profeta Marcus Mosiah Garvey.


Independente das categorias da babilônia, JAH vê e ama a todos como filhos e filhas. Portanto EU&EU rejeita essas categorias e se assume como Rastafaris, ou seja, a nova raça, que supera todas essas coisas, e renasce no Amor do Messias, para estabelecer o Novo Tempo:


"Nós devemos olhar primeiro para o Todo Poderoso Deus, que criou o homem acima dos outros animais e o presenteou com a inteligência e a razão. Nós devemos por nossa fé Nele, para que Ele não nos deixe e nem permita que destruamos a humanidade que Ele criou à Sua imagem.

Nós devemos olhar para dentro de nós mesmos, nas profundezas de nossas almas. Nós devemos nos tornar algo que jamais fomos e para o qual nossa educação, experiência e ambiente nos prepararam.

Nós temos que nos tornar maiores do que jamais fomos. Mais corajosos, maiores em espírito e mais largos no olhar. Nós devemos nos tornar membros de uma nova raça, superando o preconceito e obedecendo não às nações, mas aos nossos companheiros homens na comunidade humana."

(SMI Imperador Haile Selassie)


O Homem e a Mulher Rasta são representações em carne de Sua Majestade Imperial Haile Selassie e Sua Majestade Imperial Menen, por isso devem agir como Reis e Rainhas dignos, com Amor de Pai e Mãe sobre os seus filhos e filhas, dando orientação e educando na Verdade aqueles que têm sede, e que estão perdidos nas confusões do sistema. Fazem isso com doação e abdicação. Aqueles que persistem a estarem atados nas correntes de categorias babilônias, ou aqueles que detêm o conhecimento Rastafari e usam para seus próprios fins, não são dignos em usar o Nome de Rastafari ou nem mesmo pronunciar Seu Santo Nome.


EU&EU dá glória a JAH por Sua revelação e por permitir o renascimento em carne e espírito no Amor de Emanuel.


Sejamos profetas que anunciam as Boas Novas e O Nome de JAH RASTAFARI sem temer.


“E parai de ser modelado segundo esse sistema de coisas, mas sede transformados por reformardes a vossa mente a fim de provardes a vós mesmos a boa e aceitável e perfeita vontade de JAH” (Romanos 12:2)



Rastafari Vive e Reina para Todo o Sempre. Selá!!!

Haile Selassie é O Caminho.

Imperatriz Menen, O Exemplo!


Sista Dina Lopes

Sista Daniele Mirlan

Sista Luísa Benjamim

* * * * * * * * Projeto Omega Nyahbinghi * * * * * * * *

O Projeto Omega Nyahbinghi visa ressaltar o aspecto Omega (feminino) do Nyahbinghi.

Nyahbinghi representa VIDA. Princípio sem fim. Representa o retorno à vivência original, a resistência a toda a opressão e dominação, a tudo que nos desvia do caminho da Verdade. A maior representação da Vida é a batida do coração. Nas celebrações Rastafaris os tambores africanos representam através de seus toques a batida do coração-Vida-Nyahbinghi.

Assim, esse projeto consiste em ressaltar e fortalecer o feminino da vivência Rastafari, em elevar e destacar a Mulher Original – Rainha Omega I!

Esse projeto se faz importante pelo grande desconhecimento existente, em especial no Brasil, do que é e de quem é a Mulher Rastafari, e a que essa expressão se refere. O que acaba passando a impressão, para muitos, de que Rastafari é um Movimento especialmente masculino, quando não machista, o que não é uma verdade.

Omega Nyahbinghi é um projeto desenvolvido por Sistas Rastafaris no Brasil.

Objetivos:

Difundir e vivenciar, onde estivermos, os ensinamentos, vida e exemplo de Sua Majestade Imperial Imperatriz Menen I, em Seu aspecto Alfa e Omega, ao lado de Sua Majestade Imperial Imperador Haile Selassie I, Respeito, Equilíbrio, Amor.

Amar a JAH acima de todas as coisas e Amar ao próximo como a nós mesmos: Eu&Eu em JAH RASTAFARI

Ações:

SUSTENTABILIDADE

EDUCAÇÃO

SAÚDE

MÚSICA



Apoiadores e parceiros do Projeto Omega Nyahbinghi:

A Voz do Morro avozdomorro.blogspot.com

Beto Era betotatoo.blogspot.com/

Classe D fotolog.com/classe_d

Cultural Rasta Brasil

Davi Amen daviamen.blogspot.com/

Editora Deriva deriva.com.br

Instituto Cultural Congo Nya

Kalimbaria kalimbaria.blogspot.com

Kalimbaria Musical kalimbariamusical.blogspot.com

Leandro Sega fotolog.com.br/sega122znrj

Marcos Costa Graffiti spraycabuloso.blogspot.com

Mario Bands mariobands.blogspot.com/

Radio Praia do Pontal http://webradiopraiadopontal.blogspot.com.br/

Ras Felipe

Ras Sansão myspace.com/rassansao

Renê Dalton renedalton.com

Revista Negarit facebook.com/pages/Revista-Negarit

Roots Ativa rootsativa.blogspot.com/

Silvana Coelho fotolog.com.br/sicaracoladona

Wallace Bidu wallacebidu.blogspot.com