terça-feira, 23 de setembro de 2008

RAINHAS AFRICANAS

O Continente Africano é o mais antigo da história da humanidade.
Os primeiros passos da vida humana foram dados lá. Os primeiros aprendizados, descobrimentos.
Antes de em qualquer outro local, já havia em África estados centralizados e grandes Impérios, como o Grande Zimbabwe, o Império de Axum, e o Império do Mali, mais recentemente, são apenas alguns exemplos.
Para nós no "Novo Continente", a verdadeira história do Continente Africano, assim como as múltiplas manifestações culturais, tecnologias, todo o conhecimento lá produzido, assim como a vida de grandes personalidades e povos que lá viveram, não chegaram. Apenas chegou para nós uma versão simplista, superficial, reduzida, empobrecida e eurocêntrica de África e seus incontáveis anos de história. Não muito diferente são as notícias atuais, que nos mostram um povo faminto, guerras, miséria, como se só houvesse isso por lá, e como se esse não fosse um problema geral da humanidade, que está em toda parte, e pelo qual TODOS nós somos responsáveis.
Uma das consequências
disso é a falta de referência e auto-estima do povo africano em diáspora nesse continente distante.
Nós acreditamos que um povo que não sabe de onde veio, não sabe quem é. Um povo que não sabe sua história, não sabe de onde veio, também não sabe para onde vai. Como diz o Honorável Profeta Marcus Mosiah Garvey, Um Homem precisa saber de onde veio para saber quem é e para onde vai.
Não podemos esperar que o sistema opressor que discrimina racialmente cumpra suas próprias leis e conte a história que foi até hoje negada ao povo preto em diáspora pelo mundo. Por isso, sabemos que nós mesmos temos que contar a verdadeira história pelos meios que nos são disponíveis. Pois é através da educação que um povo se liberta, essa é a mensagem de Garvey, e é também a mensagem de S.M.I Imperador Haile Selassie I.
S.M.I Imperatriz Menen I chamou a atenção que não se pode apenas pensar na educação do homem, pois, senão, as mulheres ficarão em desvantagem. Seguindo os objetivos desse Projeto, e o exemplo de Imperatriz Menen, destinamos esse espaço para contar um pouco da história de África, dando destaque para suas lideranças Omega, as Rainhas Africanas que reinaram e lutaram pelo seu povo.
Eu&Eu, Sistas Rastafaris, desejamos de todo o InI Coração que, através da história e imagens dessas Rainhas e Imperatrizes, as Irmãs pretas se descubram como Rainhas Africanas, mães da criação. Essa é a mensagem Rastafari de REPATRIAÇÃO!

LIBERDADE E UNIDADE AFRICANA!
InI!






Sugestão de Leitura:

CANDACE E MATRIARCADO -

O PARLAMENTARISMO NO IMPÉRIO DE KUSH (Etiópia)




Nzinga Mbandi Ngola, A Rainha Ginga
(1587-1663)
Indomável e inteligente soberana (1624-1663) do povo Ginga de Matamba e Angola e nascida em Cabassa, interior de Matamba, que altaneira e silenciosa conseguiu juntar vários povos na sua luta contra os invasores portugueses e resistiu até ao fim sem nunca ter sido capturada, tornando-se conhecida pela sua coragem e argúcia. Do grupo étnico Mbundu, era filha do rei dos mbundus no território Ndongo, hoje em Angola, e Matamba, Ngola Kiluanji, foi contemporânea de Zumbi dos Palmares (1655-1695), o grande herói afro-brasileiro, ambos pareceram compartilhar de um tempo e de um espaço comum de resistência: o quilombo. Enviada a Luanda pelo seu meio irmão e rei Ngola Mbandi, para negociar com os portugueses, foi recebida pelo governador geral e pediu a devolução de territórios em troca da sua conversão política ao cristianismo, recebendo o nome de D. Anna de Sousa. Depois os portugueses não respeitaram o tratado de paz, e criaram uma situação de desordem no reino de Ngola. A enérgica guerreira, diante da gravidade da situação e da hesitação de seu irmão manda envenená-lo, tomando o poder e o comando da resistência à ocupação das terras de Ngola e Matamba. Não conseguindo a paz com os portugueses em troca de seu reconhecimento como rainha de Matamba, renegou a fé católica, aliou-se aos guerreiros jagas de Oeste e fundou o modelo de resistência e de guerra que constituía o quilombo. Com sua política ardilosa, conseguiu formar uma poderosa coligação com os estados da Matamba, Ndongo, Congo, Kassanje, Dembos e Kissama, e comandou a resistência à ocupação colonial e ao tráfico de escravos no seu reino por cerca de quarenta anos, usando táticas de guerrilhas e de ataques aos fortes coloniais portugueses, incluindo pagamentos com escravos e trocas de reféns. Após a assinatura de um tratado (1656) com o governador geral, que incluiu a libertação de sua irmã Cambu, então convertida como Dona Bárbara e retida em Luanda por cerca de dez anos pelos portugueses, e sua renúncia aos territórios de Ngola, uma paz relativa voltou ao reino de Matamba até a sua morte, aos 82 anos, sendo sucedida por Cambu, continuadora da memória de sua irmã, mas já estava em curso o declínio da Coligação. Dois anos mais tarde, o Rei do Congo empenhou todas as suas forças para retomar a Ilha de Luanda, ocupada por Correia de Sá, saindo derrotado e perdendo a independência, e no início da década seguinte o Reino do Ndongo foi submetido à Coroa Portuguesa (1771). A rainha quilombola de Matamba e Angola tornou-se mítica e foi uma das mulheres e heroínas africanas cuja memória desafiou tempo, dando origem a um imaginário cultural que invadiu o folclore brasileiro com o nome de Ginga, despertou o interesse dos iluministas como no romance Zingha, reine d’Angleterre Histoire africaine (1769), do escritor francês de Toulouse, Jean-Louis Castilhon, inspirado nos seus feitos, e foi citada no livro L'Histoire de l'Afrique, da publicação Histoire Universelle (1765-1766). Ainda hoje é reverenciada como exemplo de heroína angolana pelos modernos movimentos nacionalistas de Angola. Sua vida tem despertado um crescente interesse dos historiadores, antropólogos e outros estudiosos do período do tráfico de escravos. Sua resistência à ocupação dos portugueses do território angolano e o conseqüente tráfico de escravos, tem sido motivo de intensos estudos para a compreensão de seu momento histórico, caracterizado por sua habilidade política e espírito de liderança desta rainha africana na defesa de sua nação. Também é conhecida como Jinga, Zhinga, Rainha Dona Ana e Rainha Zinga.
Fonte: dec.ufcg.edu.br/biografias/Ginga000.html

Um comentário:

  1. A nossa historia é vasta e cheia de mistérios da nossa África.
    E eu gostaria muito que em toda África os estados falassem do assunto de forma a fortalecer a nossa cidadania.

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* * * * * * * * Projeto Omega Nyahbinghi * * * * * * * *

O Projeto Omega Nyahbinghi visa ressaltar o aspecto Omega (feminino) do Nyahbinghi.

Nyahbinghi representa VIDA. Princípio sem fim. Representa o retorno à vivência original, a resistência a toda a opressão e dominação, a tudo que nos desvia do caminho da Verdade. A maior representação da Vida é a batida do coração. Nas celebrações Rastafaris os tambores africanos representam através de seus toques a batida do coração-Vida-Nyahbinghi.

Assim, esse projeto consiste em ressaltar e fortalecer o feminino da vivência Rastafari, em elevar e destacar a Mulher Original – Rainha Omega I!

Esse projeto se faz importante pelo grande desconhecimento existente, em especial no Brasil, do que é e de quem é a Mulher Rastafari, e a que essa expressão se refere. O que acaba passando a impressão, para muitos, de que Rastafari é um Movimento especialmente masculino, quando não machista, o que não é uma verdade.

Omega Nyahbinghi é um projeto desenvolvido por Sistas Rastafaris no Brasil.

Objetivos:

Difundir e vivenciar, onde estivermos, os ensinamentos, vida e exemplo de Sua Majestade Imperial Imperatriz Menen I, em Seu aspecto Alfa e Omega, ao lado de Sua Majestade Imperial Imperador Haile Selassie I, Respeito, Equilíbrio, Amor.

Amar a JAH acima de todas as coisas e Amar ao próximo como a nós mesmos: Eu&Eu em JAH RASTAFARI

Ações:

SUSTENTABILIDADE

EDUCAÇÃO

SAÚDE

MÚSICA



Apoiadores e parceiros do Projeto Omega Nyahbinghi:

A Voz do Morro avozdomorro.blogspot.com

Beto Era betotatoo.blogspot.com/

Classe D fotolog.com/classe_d

Cultural Rasta Brasil

Davi Amen daviamen.blogspot.com/

Editora Deriva deriva.com.br

Instituto Cultural Congo Nya

Kalimbaria kalimbaria.blogspot.com

Kalimbaria Musical kalimbariamusical.blogspot.com

Leandro Sega fotolog.com.br/sega122znrj

Marcos Costa Graffiti spraycabuloso.blogspot.com

Mario Bands mariobands.blogspot.com/

Radio Praia do Pontal http://webradiopraiadopontal.blogspot.com.br/

Ras Felipe

Ras Sansão myspace.com/rassansao

Renê Dalton renedalton.com

Revista Negarit facebook.com/pages/Revista-Negarit

Roots Ativa rootsativa.blogspot.com/

Silvana Coelho fotolog.com.br/sicaracoladona

Wallace Bidu wallacebidu.blogspot.com